O termo metaverso é antigo. Ele foi cunhado pelo escritor Neal Stephenson em seu livro de ficção científica “Snow Crash”, publicado em 1992. A obra conta a história de “Hiro Protagonist”, personagem que na “vida real” é um entregador de pizza, mas no mundo virtual – chamado na história de metaverso – é um samurai.
No entanto, este termo se tornou extremamente popular em 2021 e passou a ser uma das palavras mais visitadas nas pesquisas de busca tendo aumento de 689%, pois pessoas e organizações estão buscando entender o potencial do metaverso e poder criar uma estratégia eficaz para poder alavancar o potencial deste universo.
Não se sabe ao certo o potencial do metaverso, pois já vi cifras que variam de US$ 800 bilhões em 2024 (a Bloomberg Intelligence estima que este valor será gerado principalmente pelos games de metaverso e por eventos realizados nessa nova camada de realidade) e US$ 1 trilhão (a gestora Grayscale é um pouco mais otimista na previsão, e diz que o metaverso é um mercado com bastante potencial).
Independente da cifra que o metaverso proporcionará no futuro próximo, está muito claro para mim que, as empresas que avançarem na experimentação deste universo, e criarem uma estratégia alinhada ao seu propósito, vão ganhar vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.
O metaverso é uma experiência imersiva num espaço virtual coletivo de interações entre a realidade física e a digital virtual e irá criar uma economia virtual independente habilitada por moedas digitais e Tokens não fungíveis (NFTs).
No metaverso, as pessoas serão capazes de fazer quase tudo que você possa imaginar – reunir-se com amigos e família em um espaço virtual, trabalhar, aprender, jogar games, fazer compras, criar – bem como ter experiências completamente novas e irá mudar e muito a maneira que fazemos as coisas hoje. A razão para esta minha afirmação é que as pessoas poderão jogar e praticar esportes sazonais (como praticar esqui em pleno verão); poderão comprar roupas e tocá-las onde estiver sem precisar ir à loja, graças a realidade virtual (Virtual Reality – VR, em inglês); mostrar seu estilo de vida através da aquisição dos tokens (token non fungíveis – NFTs), que irão trazer o conceito de pertencimento a determinadas comunidades, além de garantir a propriedade de um bem; o aprendizado será muito mais eficiente com a realidade aumentada que leva o usuário para dentro do mundo virtual, a AR (sigla em inglês para Realidade Aumentada) além de possibilitar ver shows, concertos, entretenimento em geral a qualquer hora e qualquer lugar.
Por estas razões, que empresas como Itaú, Nike, Gucci, Renner entre outras, estão desenvolvendo estratégias para estarem no metaverso e se tornaram visíveis dentro deste universo que se agiganta a cada dia.
Mas se você está pensando se o metaverso é para você ou para sua organização, se é mais apropriado para empresa grande, se é muito recente ou outra razão qualquer, pois saiba que eu visitei uma startup que ajuda empresas de todos os tamanhos a criarem seus mundos virtuais para dar treinamento para sua equipe de vendas, demonstração de produtos, e estas empresas estão tendo excelente resultados como redução de 70% no custo de treinamento anual, maior engajamento dos times pela realidade imersiva e aprendizado como se fosse um jogo (gameficação) além de melhor experiência do cliente.
Por outro lado, enquanto se discutem este universo de possibilidades, há 3 preocupações válidas sobre o uso e adoção do metaverso:
1) A privacidade das informações no metaverso é uma das áreas de preocupação porque as empresas envolvidas provavelmente coletarão bem mais informações pessoais dos usuários por meio de dispositivos vestíveis e interações com os usuários;
Comparadas com as mídias sociais, as plataformas do metaverso podem rastrear os usuários de uma maneira muito mais íntima: dilatação da pupila, movimento dos olhos, expressões faciais, temperatura da pele…
Gastar apenas 20 minutos em uma simulação de RV deixa quase 2 milhões de registros sobre a nossa linguagem corporal.
2) O vício do usuário e o uso problemático das mídias sociais são outra preocupação para o desenvolvimento do metaverso. O transtorno do vício em Internet, mídia social e vício em videogame podem ter repercussões mentais e físicas por um período prolongado de tempo.
3) Controle no metaverso – como será feito para evitar casos de assédio e preconceito dentro deste universo.
Para finalizar, eu acredito que muito ainda vai se falar de metaverso, tanto das vantagens e desvantagens e falta muito ainda para implementar para as empresas adotarem o metaverso como o futuro da internet (web 3.0), principalmente transpor duas barreiras importantes: interoperabilidade (conexão entre os diversos metaversos que estão sendo criados) e latência elevada (que impede interações mais amplas, profundas e massivas).
No entanto, eu tenho uma certeza: você e sua empresa não podem ficar fora desta experiência. Você tem que a partir de agora, testar e experimentar. Não é hora de pensar em ROI (sigla em inglês para retorno do investimento). Não lute contra a tecnologia, use-a a seu favor assim como uma onda no mar empurra o surfista para a vitória, surfe na onda do universo do metaverso e aproveite para abocanhar uma fatia dos US$ 800 bilhões a US$ 1 trilhão que estão começando a aparecer neste novo mundo.